CIP DENUNCIA RECENSEAMENTO DE "ELEITORES FALSOS"
O Centro de Integridade Pública (CIP) denuncia que a Comissão Nacional de Eleições (CNE) de Moçambique incluiu 878.868 eleitores recenseados para votar nas eleições gerais de outubro deste ano, que não podiam existir.
Para o CIP, estes números, correspondentes a 5% do eleitorado, "são falsos".
A organização não-governamental moçambicana, que observa os processos eleitorais no país, comparou os números com dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), que estiveram na base das estimativas de recenseamento, e concluiu que esses 878.868 eleitores não podem existir.
"Um terço de todos os eleitores de [província] Gaza são falsos, o que dá a Gaza mais seis lugares na Assembleia da República. Em Inhambane, 11% dos eleitores são falsos, de acordo com as estatísticas da própria CNE. Isto dá a Inhambane um lugar extra. Estes sete lugares significam que é tirado um lugar em: cidade de Maputo, Sofala, Manica, Tete, Nampula e Niassa", descreve ainda aquela ONG.
O CIP considera tratar-se de "uma ação criminosa organizada", como refere num comunicado distribuído à imprensa.
A organização explica, por exemplo, que "Gaza vota esmagadoramente na FRELIMO [Frente de Libertação de Moçambique, no poder], pelo que estes são sete lugares extra da FRELIMO no Parlamento conseguidos simplesmente através de números de recenseamento falsos".
A CNE confirmou na segunda-feira (10,06) que estão inscritos para votar nas eleições gerais de 9 de outubro mais de 17,1 milhões de eleitores, após o recenseamento em todo o país que terá ficado acima das expectativas, com uma taxa de concretização de 104%. Deste total, mais de 333 mil eleitores foram recenseados no estrangeiro, acima dos cerca de 279 mil previstos inicialmente pelo INE. (DW)
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